O bola nas costas

CRA-RJ
2 min readJan 24, 2020

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*Adm. Wagner Siqueira

As práticas altamente competitivas impostas pelo cotidiano da globalização têm levado as organizações a um crescente quadro de esquizofrenia.
Nunca se valorizou tanto o trabalho em equipe, a gestão compartilhada e participativa, as decisões por consenso, a ética nos negócios, um clima de relações interpessoais fundado na confiança, no empowerment, na franqueza e na autenticidade.
Contrário senso, no entanto, a realidade da interação humana no mundo do trabalho nunca se fez de forma tão bruta e desrespeitosa. Uma coisa é o que se proclama, outra é o que se pratica. Há uma enorme defasagem entre o dizer e o fazer.
Não me refiro apenas às formas diferenciadas e discriminatórias como os ditos colaboradores são tratados no ambiente organizacional em relação às desigualdades de gênero, opções sexuais, idades, raças, origens e religiões, apesar de os discursos politicamente corretos serem sempre favoráveis à igualdade e ao tratamento equitativo de todos. Nem me refiro às demissões em massa, aos downsizings, à cobrança voraz de batimento de metas e de resultados, à concessão injusta de privilégios e de vantagens de uns em detrimento de outros, à aplicação hipócrita e cínica de uma pretensa meritocracia.
Refiro-me especialmente ao “Bola nas Costas”. Eis o protagonista crescentemente central da dramaturgia das relações de trabalho no dia a dia das organizações.

*Adm. Wagner Siqueira é conselheiro federal pelo CRA-RJ e diretor-geral da Universidade Corporativa do Administrador.

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