*Adm. Rosangela Arruda
Percebo que hoje, neste cenário de pandemia, a maioria da força de trabalho que tem condições de trabalhar à distância está atuando dessa forma. A Covid-19 mudou radicalmente a vida da população — de quem tem seu trabalho formal e daqueles que atuam no segmento informal. Com o foco em Recursos Humanos, acredito que os gestores de RH precisam se manter antenados, para dar suporte às equipes, mantendo a produtividade no momento atual e se preparando para o novo normal das organizações no mundo pós-pandemia.
Temos que reconhecer que a Covid-19 mudou nossas vidas, do modo como a conhecíamos. Não falo tão somente da alteração das nossas rotinas de vida nesse longo período de afastamento social, com as pessoas que dividem o teto com cada um de nós, mas também com todas as alterações nas relações de trabalho.
Faço um convite a você gestor de RH, a pensar nas mudanças e transformações que hoje moldam a nossa realidade, nesse período de quarentena, com o questionamento sobre como será esse nosso amanhã e que cenários prováveis já se iniciaram durante esse período de pandemia? Qual o cuidado que o gestor de RH precisa ter para manter a sua equipe em equilíbrio e produtivo?
Hoje, o gestor de RH, precisa acompanhar seus funcionários em home office de forma que o mesmo se sinta apoiado e não controlado. Com todas as mudanças ocorridas — a pandemia acelerou muitas mudanças que já estavam em curso — como o trabalho remoto e o EaD, para focar em alguns pontos que vivenciamos no dia a dia dos trabalhadores nesse novo contexto e das organizações.
Diante dessa nova perspectiva, esse gestor de RH precisará desenvolver novas estratégias para atender os objetivos organizacionais e manter sua equipe motivada, com toda a instabilidade vigente no mercado e pouca confiança nesse novo amanhã.
Na minha concepção hoje o menos é mais — podemos ver que vivemos com bem menos do que precisávamos pra viver no dia a dia da nossa sociedade antes da crise da Covid-19. Nas organizações também temos a crise financeira assolando tantas instituições, fragilizando e minando a crença de muitos funcionários, por conta das incertezas advindas da crise; muitos destes funcionários tiveram seus salários reduzidos e por isso todos nós — organizações e pessoas comuns — tivemos que rever nossas prioridades para darmos conta de nossos compromissos e para nos mantermos ativos e produtivos.
Estamos consumindo cada vez mais o mundo virtual e nos afastando do mundo analógico, o que causa muitas situações emocionais que fragilizam e interferem na produtividade. O gestor de RH, mesmo à distância, precisa estar atento a esses sinais para “cuidar” sem intervir e se mostrar parceiro — o famoso “estamos no mesmo barco”, mas com sinceridade e empatia, para gerar confiança nessa relação.
Mesmo diante de todos esses novos desafios, é imprescindível atualizar
conhecimentos por conta dessa constante mudança com uma velocidade impensada, para que a organização mantenha seus funcionários ativos de acordo com as novas demandas desse novo normal, no pós-pandemia onde o gestor de RH precisará cultivar a esperança e não apenas a confiança, porque é a esperança que irá mover cada pessoa, no sentido de continuar a caminhada e fazer o seu melhor para que possa ficar bem — o funcionário e a organização.
O Gestor se RH precisa estar preparado para essas ações, inclusive se colocando a disposição para auxiliar o funcionário em situações pessoais difíceis, no sentido de manter a sua contrapartida. O gestor de RH precisa estar preparado para ser a alavanca que irá facilitar a mudança no novo normal, ainda indefinido, pois afinal aprendemos que: crise é oportunidade de melhoria.
*Adm. Rosangela Arruda é membro da Comissão Especial de Recursos Humanos do CRA-RJ